domingo, 11 de março de 2012

Defesa do goleiro Bruno vai admitir morte de Eliza em julgamento

O advogado do goleiro Bruno Fernandes, Rui Caldas Pimenta, contou neste domingo (11), que a estratégia de defesa do atleta no julgamento admitirá a morte de Eliza Samudio. De acordo com Pimenta, a tese é diferente da sustentada por outros defensores que já passaram pelo caso. Até então, a defesa do goleiro sustentava que a jovem estava viva, já que o corpo nunca foi encontrado.
Bruno e mais sete são réus no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza. De acordo com a pronúncia da juíza Marixa Fabiane Rodrigues Lopes, Eliza foi morta em junho de 2010, após tentar na Justiça o reconhecimento da paternidade de seu filho pelo goleiro.
De acordo com Pimenta, a tese de que “sem corpo não há materialidade” está incorreta. “Essa é tese há muito superada. Quando eu assumi (a defesa do goleiro), eu falei pro Bruno ‘Bruno, isso é fantasia’. Demonstrei a ele que a tese correta é a verdade. Admitimos que ela foi assassinada”. Ainda segundo o advogado, o amigo do goleiro Luiz Henrique Romão, o Macarrão, tomou a decisão de matar a jovem.
A tese atual da defesa sustentada por Pimenta é que Eliza foi levada à força do Rio de Janeiro para Belo Horizonte, porque Bruno queria que ela comprasse um apartamento na cidade mineira. Ela ainda freqüentaria o sítio do goleiro, na cidade de Esmeraldas, próxima a Belo Horizonte, com o filho. Eliza não queria a compra, mas foi levada a Belo Horizonte por Macarrão e pelo adolescente apreendido no processo. Pimenta admite que Eliza esteve no sítio de Bruno dias antes de ser morta, em junho de 2010, e que ela foi agredida pelo adolescente.
Ainda de acordo com o advogado, a orientação de Bruno era que Macarrão levasse Eliza para a rodoviária de Belo Horizonte, para que ela fosse até São Paulo participar da seleção para um trabalho. Ela pediu dinheiro a Bruno para fazer esta viagem. Bruno, segundo o defensor, entregou R$ 30 mil a Macarrão e pediu que a levasse para a rodoviária, para que ela conseguisse o primeiro ônibus disponível. “Era para o Macarrão levar (Eliza) e entregar os R$ 30 mil. O Macarrão falou (para Bruno) que a deixou na rodoviária, ele mentiu pro Bruno”, disse Pimenta.
“A moça foi morta, assassinada, mas Bruno nunca quis, nunca desejou a morte dela”, falou o defensor. Pimenta vai sustentar no julgamento que Macarrão tomou a decisão de matar Eliza por ciúme. “Por iniciativa própria, ele levou a moça para ser assassinada. O Bruno não participou e não sabia. Quando soube, teve uma discussão com o Macarrão”, contou.
O G1 entrou em contato com o advogado de Macarrão, Wasley César de Vasconcelos, mas não conseguiu falar com o defensor. No dia 12 de janeiro, em entrevista ao G1 sobre a possibilidade de o crime ter sido cometido somente por Macarrão, sem a participação do Bruno, o advogado negou. “Foi a estratégia mais infeliz cogitada no processo até hoje. É uma estratégia desesperada. Se o Macarrão tivesse matado essa mulher, por que é que um ano e dez meses depois se falou disso, por que o Bruno continuou preso?”, defendeu.
Caso Eliza Samudio
O goleiro Bruno Fernandes e mais sete réus vão a júri popular no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, ex-namorada do jogador. Para a polícia, Eliza foi morta em junho de 2010 na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e o corpo nunca foi encontrado.
Após um relacionamento com o goleiro Bruno, Eliza deu à luz um menino em fevereiro de 2010. Ela alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o menino mora com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.
O goleiro, o amigo Luiz Henrique Romão – conhecido como Macarrão –, e o primo Sérgio Rosa Sales vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Sérgio responde ao processo em liberdade. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.
Dayanne Rodrigues, ex-mulher do goleiro; Wemerson Marques, amigo do jogador, e Elenílson Vítor Silva, caseiro do sítio em Esmeraldas, respondem pelo sequestro e cárcere privado do filho de Bruno. Já Fernanda Gomes de Castro, outra ex-namorada do jogador, responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela. Eles foram soltos em dezembro de 2010 e respondem ao processo em liberdade. Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, foi inocentado.
Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), não há previsão de data para o julgamento do caso Eliza Samudio.

Fonte: G1

Obama liga para presidente afegão e fala de massacre, diz Casa Branca

O presidente Barack Obama telefonou para o presidente afegão, Hamid Karzai, neste domingo (11), para expressar seu "choque e tristeza" pela morte de civis afegãos por um soldado dos EUA.
Dezesseis pessoas, nove crianças e três mulheres, de acordo com o gover afegão, morreram atacadas por um soldado americano que saiu na madrugada deste domingo de sua base na província de Kandahar, bastião talibã do sul do Afeganistão. "O presidente Obama estendeu condolências ao povo do Afeganistão, e deixou claro o compromisso do governo para checar os fatos o mais rápido possível", disse a Casa Branca em comunicado. "O presidente reafirmou o profundo respeito ao povo afegão e aos laços entre os nossos dois países".
Karzai disse que o ataque é um ato "imperdoável". Obama havia afirmado estar "profundamente preocupado" e "entristecido" com o massacre. Para ele, o incidente, que provavelmente inflamará as tensas relações EUA-Afeganistão, não reflete o respeito dos EUA pelo povo afegão. "Este incidente é trágico e chocante e não representa a qualidade excepcional de nossa força militar e o respeito que os Estados Unidos têm para com o povo do Afeganistão", disse Obama.
Já o secretário de Defesa, Leon Panetta, ofereceu suas condolências ao presidente afegão, Hamid Karzai. "Eu condeno esse tipo de violência e estou chocado e entristecido com o fato de um funcionário a serviços dos EUA ser acusado de estar envolvido, claramente agindo fora de sua cadeia de comando", Panetta disse em comunicado. "Uma investigação completa já está em andamento. Um suspeito está sob custódia e eu dei ao presidente Karzai minhas garantias de que vamos trazer os responsáveis à justiça", acrescentou Panetta.
Uma autoridade dos EUA disse à agência AP que o suspeito é um soldado da base militar de Lewis-McChord, de Washington, que foi designado para ajudar uma unidade de operações especiais da Navy Seals, das forças especiais da Marinha americana, envolvidos em uma operação de estabilidade na região. A fonte da AP falou em condição de anonimato pois as investigações ainda estão em curso.
O gabinete de segurança nacional de Obama inclui os secretários de Estado, de Defesa, de Segurança Interna, e os titulares da CIA e do FBI. O general americano John Allen, comandante das forças da Otan no Afeganistão, prometeu uma "rápida investigação" sobre o ocorrido.
Em fevereiro, Obama enviou a Karzai uma carta de desculpas pela queima de cópias do Alcorão numa base militar americana. Protestos violentos contra presença americana se espalharam pelo país desde então.

Fonte: G1