quarta-feira, 20 de abril de 2011

Airton nega que ICMS influa no aumento da gasolina

O secretário de Tributação do RN, José Airton, disse que a cobrança da alíquota de 2% sobre a gasolina do tipo C, destinado ao Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Fecop), não justifica o aumento atual no preço do produto. Segundo ele, o acréscimo real seria de apenas 0,05 centavos. Esse aumento foi determinado no ano passado e entrou em vigor em março desse ano. Todos os estados da federação já contribuem com esse percentual sobre o ICMS da gasolina e o Rio Grande do Norte era o único que ainda estava de fora.

“Historicamente o estado vem praticando um preço elevado de combustível, mas esperamos que de fato a safra consiga fazer com que a redução aconteça. Não é esta alíquota que está interferindo tanto assim, mas a contingência do mercado”, disse Airton.

O secretário aproveitou a audiência para reforçar a importância da população exigir a nota fiscal em todos os estabelecimentos, a fim de inibir a sonegação. Airton dissse que o ideal seria que o cupom fiscal fosse oferecido espontaneamente àqueles que estão comprando. Avaliou como bastante positiva a parceria com o Ministério Público a fim de coibir a prática de sonegação: “O fisco sozinho não consegue investigar toda a cadeia de sonegação”, disse.

Paula Fernandes faz show no Teatro Riachuelo nesta quarta-feira

A cantora Paula Fernandes se apresenta nesta quarta-feira (20) em Natal. O show acontecerá no Teatro Riachuelo, localizado no terceiro piso do shopping MidWay Mall, a partir das 21h.

Aos 25 anos e depois de quatro álbuns independentes, a cantora mineira de Sete Lagoas chegou ao grande público através da Universal Music, quando lançou o álbum "Pássaro de Fogo". A obra reune 15 canções autorais da artista, incluindo o sucesso "Meu eu em você", composição de Paula Fernades na voz da dupla Victor & Leo.

Paula Fernandes ganhou mais destaque na mídia, após cantar com o rei Roberto Carlos durante a gravação do especial de fim de ano da Rede Globo. Suas músicas já foram temas de novelas na emissora.

Consumidores cobra providencias concretas

Uma nova reunião para que se volte a discutir o aumento dos combustíveis em Natal já está agendada para a próxima segunda-feira, às 14h30, na sede do Procon estadual. Essa foi uma das principais deliberações da Audiência Pública promovida na manhã desta quarta-feira, pelo deputado Fernando Mineiro (PT), na Assembleia Legislativa. Além da Defesa do Consumidor, estarão presentes representantes do Sindipostos, do Ministério Público, do governo e dos consumidores, através do movimento Combustível Mais Barato Já, desencadeado em Natal através das redes sociais Orkut e Twitter.

Ao final do debate, Mineiro o avaliou como bastante oportuno por permitir o encontro entre os consumidores que reivindicam melhores preços, os empresários do setor e entidades como o Procon, para os esclarecimentos necessários. “Combustível mais barato sempre”. Essa tecla foi repetida diversas vezes por parte dos representantes dos consumidores que expressaram sua opinião no debate. O vereador Júlio Protásio, que também apóia o movimento, cobrou das distribuidoras uma justificativa do porquê de Natal receber um combustível mais poluente e mais caro. “Se a gente não tiver um consenso, vamos continuar na rua, fiscalizando e advertindo a população”, disse. O vereador reforçou a necessidade da reunião: “Precisamos encontrar uma saída para a crise”, disse.

A jornalista Nelly Carlos, presidente do Sindicato dos Jornalistas do RN (Sindjorn), que também apóia o movimento, disse que os consumidores têm que se fortalecer e fazer um grande movimento para ver se o preço da gasolina baixa “Isso é um furto, não podemos permitir. Queremos fazer uma campanha com as pessoas nas ruas e parar a cidade para que tenhamos uma gasolina justa e barata”, disse.

Roni Robson, estudante que administra a comunidade do Orkut com quase 10 mil integrantes, disse que após as intensas campanhas, os preços começaram a baixar em alguns postos da cidade. “Esse aumento é abusivo e nosso movimento já está surtindo efeito”, disse. Nas considerações finais, Araken Farias sugeriu que os postos considerem a alternativa de dar um desconto aos consumidores que optarem pelo pagamento à vista.

Donos de postos abrirão caixa-preta

Os donos de postos de combustíveis prometeram, na tarde de ontem, abrir a contabilidade de seus estabelecimentos para o inquérito civil em curso no Ministério Público Estadual. O acerto foi realizado entre o promotor de Defesa do Consumidor, José Augusto Peres, e o presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis), Paulo Miranda. A intenção da categoria, segundo o próprio Paulo Miranda, é dar mais transparência à composição do preço da gasolina.

A presença de Paulo Miranda em Natal serve justamente para tentar acalmar os ânimos, após a crise entre consumidores e postos de gasolina nos últimos dias. Protestos, mobilização no twitter e parcerias com entidades públicas, como o Procon, o Ministério Público e a Prefeitura de Natal, provocaram uma queda nos preços. Contudo, grande parcela dos consumidores, e as mesmas entidades, ainda colocam em dúvida as justificativas dadas pelos revendedores para o aumento de preços. O presidente da Fecombustíveis irá justamente tentar “dar mais tranqüilidade e transparência a essa discussão”.

Um dos primeiros passos para isso é a abertura da contabilidade, prometida pelo próprio Paulo Miranda. A divergência principal é quanto à margem de lucro dos postos: consumidores e Procon acreditam que o aumento do preço é um reflexo do suposto aumento do lucro dos comerciantes, enquanto que os revendedores afirmam ser uma conseqüência de contingências no mercado de combustíveis. Com os dados contábeis em mãos, e uma perícia contratada pelo Ministério Público, José Augusto Peres poderá esclarecer de vez a questão. “Queremos abrir a nossa contabilidade para agilizar o processo, antes que o promotor peça isso judicialmente”, diz Paulo Miranda.

O presidente da Fecombustíveis reafirma a “normalidade” do preço praticado em Natal. “O grande vilão é o álcool anidro”, disse, acrescentando que a Federação apóia o investimento brasileiro no mercado de etanol, mas faz ressalvas quanto ao crescimento do setor. “O etanol, que significa 25% da mistura da gasolina tipo C, custava pouco mais de 80 centavos no ano passado e hoje custa R$ 2,47”, compara. Nessa perspectiva, o aumento do combustível em Natal e, segundo Paulo Miranda, em outros locais do Brasil é devido ao preço do etanol.

A análise do presidente da Fecombustíveis aponta para o pouco crescimento na produção do etanol como o estopim para a crise. Paulo Miranda conta que o consumo de combustíveis cresceu 11% em 2010, enquanto a indústria de etanol cresceu apenas 2%. “O país não está conseguindo acompanhar e por isso foi necessário importar álcool de milho dos Estados Unidos. Nesse meio tempo, o preço subiu”, relata.

Por essas contingências, Paulo Miranda qualifica o movimento “Combustível Mais Barato Já” como “injusto” e disse temer o acirramento dos ânimos. “A minha chegada aqui é uma tentativa de dar mais serenidade, porque a discussão está muito emocional, muito acirrada. Sinceramente, temi por algum ato mais radical”, encerra.

Empresário lamenta interdição de posto

Para o proprietário Beto Santos, a interdição do Posto II da Hermes da Fonseca, no último sábado, foi ocasionada principalmente pelo “calor do momento” no mercado de combustíveis. Em uma fiscalização da Agência Nacional de Derivados de petróleo (ANP), ficou constatada a proporção de 21% de álcool na Gasolina aditivada tipo C, quando o teor fixado pela lei é de 25%. Segundo Beto Santos, a interdição do posto como um todo foi um exagero, ocasionado pela turbulência do atual momento.

Na visão do empresário, a ANP deveria ter interditado somente a venda de gasolina aditivada, tendo em vista que os demais combustíveis estavam de acordo com o padrão. “Não entendo porque interditar o posto como um todo, quando em todos os outros produtos não havia problema.”

Com a proporção de 21% de álcool na mistura com a gasolina, o consumidor, segundo Beto Santos, tem um combustível “mais puro”. “Levando a lei ao pé da letra, realmente está fora do padrão, mas não pode se falar em combustível adulterado. A gasolina estava mais pura que o normal, ou seja não havia prejuízo ao consumidor”, diz.

Zona Norte tem gasolina mais barata

A queda nos preços da gasolina e do etanol foi verificada em todos os pontos da cidade. Segundo levantamento inicial do Procon, a média dos preços na Zona Sul de Natal está em R$ 2,85, contra os R$ 2,99 anteriormente cobrados. Na Zona Norte, o posto do Carrefour está vendendo o litro a R$ 2,72, o preço mais baixo da cidade, ainda segundo o Procon. O litro mais caro está custando R$ 2,88, em postos da Zona Sul da cidade. O levantamento foi iniciado ontem e deve ser finalizado hoje.

Para o diretor do Procon, Arakem Farias, a diminuição dos preços é uma resposta ao movimento popular de boicote aos postos de combustíveis e ao trabalho dos órgãos públicos. “É uma resposta ao esforço da sociedade. Seria bom se fizéssemos o mesmo com outros temas polêmicas, como fila de banco e preço da passagem de ônibus”, afirma. Contudo, para Arakem, o trabalho não deve ser finalizado após a baixa dos preços. “Pelo contrário, devemos intensificar as ações após o feriado da semana santa”.

O Procon notificou desde a última semana 35 postos, por suspeita de prática de preços abusivos. A notificação não significa uma multa, porque ainda há espaço para a defesa dos revendedores. “Um aumento sem justificativa fere o artigo 12 do código do consumidor, então esses revendedores precisam dar uma justificativa plausível para esse aumento. Ao longo da próxima semana, iremos intensificar esse trabalho”, diz Arakem Farias.

Para o diretor do Procon, a prática abusiva é aparente. “O aumento do ICMS significa R$ 0,05 do preço. E comprovamos não haver aumento nas distribuidoras, então não há justificativa até então. Mas repito: os revendedores têm espaço para se defender”, aponta. E encerra: “A própria diminuição do preço é uma evidência de que havia uma gordura nessa margem de lucro”.

bate-papo - » Beto Santos diretor do Sindipostos

Os combustíveis estão mais baratos?

Nos cinco postos da nossa rede, os preços estão mais baixos. Entre R$ 2,82 e R$ 2,85, enquanto antes estavam entre R$ 2,95 e R$ 2,99.

Os preços são diferentes?

Sim, porque os postos têm custos diferentes. Não se pode comparar um posto na Roberto Freire, onde o metro quadrado é caro, com um nas Quintas, onde o metro quadrado é mais barato. Além disso, os postos têm estruturas diferentes e alguns são mais caros de manter.

A que se deve a diminuição dos preços?

Com certeza por conta da mediação da Prefeitura.

No que influenciou?

Além de ter um discurso mais racional, a prefeita prometeu agilizar o licenciamento ambiental dos postos de combustíveis. Esse é um problema sério, porque a falta de licença favorece os empresários que não querem trabalhar de acordo com a lei. É preciso diferenciar o empresário do ramo de combustíveis do “posteiro”, que não tem compromisso nenhum.

Essa diminuição foi retirada da margem de lucro do posto?

Sim, da margem de lucro e por conta da diminuição do preço nas distribuidoras.