O Coordenador do Núcleo Estadual de Educação para a Paz, João Maria Moura, defendeu a criação de uma base de dados sobre o uso de drogas no Estado. “Precisamos de pesquisas sobre o perfil do usuário, e uma pesquisa entre os estudantes da rede pública e particular para sabermos como está o avanço das drogas no âmbito escolar”.
O projeto de prevenção mais antigo e mais eficiente no Rio Grande do Norte, o Programa Educacional de Resistência às Drogas e a Violência (Proerd) também relatou as dificuldades que encontra. A coordenadora do Proerd no Estado, Tenente-coronel Margarida de Araújo, defendeu o engajamento de todos. “Nosso estado está clamando socorro. O programa no RN é referencia nacional: em 2002 foi inaugurado com dois profissionais. Hoje são 200 profissionais que trabalham exclusivamente com o Proerd. Em nove anos foram 250 mil atendimentos. É um projeto muito tímido ainda, mas é parte de uma rede que precisa ser fortalecida”.
Sobre o combate as drogas no interior o Promotor de Justiça da cidade de Mossoró, Romero Marinho, relatou a situação difícil dos agentes públicos que militam na área. “Hoje a Delegacia de Narcóticos de Mossoró não tem sede própria. São cinco pessoas e um delegado, com apenas uma viatura. Assim não vamos a lugar nenhum”. A Deputada Federal Sandra Rosado (PSB/RN), também da cidade de Mossoró, defendeu ações práticas de todas as esferas de poder. “Na minha cidade este ano tivemos 79 assassinatos, e acreditem, 76 estão vinculados ao tráfico de drogas”.
A Polícia Federal apreendeu nos últimos cinco anos 138 quilos de pasta base de cocaína, 338 quilos de cocaína, e 482 quilos de crack. Para o agente da Polícia Federal, Stênio de Almeida, o Rio Grande do Norte é a porta de entrada da cocaína para os estados vizinhos como Paraíba e Ceará.
No final da audiência a deputada Larissa Rosado (PSB/RN) anunciou que no segundo semestre o Instituto Legislativo Potiguar (ILP) vai começar a capacitar professores da rede pública de ensino para a criação do Comitê de Paz nas Escolas. O comitê foi adotado no Estado de Alagoas e teve bons resultados como a redução dos índices de violência nas escolas em 20%. “Em Alagoas a ação funcionou e o que queremos é proporcionar aperfeiçoamento dos profissionais para uma realidade cada vez mais viva”, defendeu Larissa Rosado.