Já havia começado, por volta das 10h desta terça-feira (28), a sessão sobre uma denúncia de extorsão envolvendo o goleiro Bruno, acusado de ser o mandante do suposto assassinato da ex-amante Eliza Samudio. Ele será ouvido pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
A audiência pública ocorre no auditório da Assembleia Legislativa e oitiva foi um pedido dos deputados Durval Ângelo (PT), presidente da comissão, e João Leite (PSDB). No horário, o advogado do atleta, Cláudio Dalledone Júnior, prestava prestar esclarecimentos.
Os deputados pretendem ouvir a versão dos dois sobre a suposta negociação de habeas corpus
em favor do ex-goleiro. A denúncia foi feita pela noiva do Bruno, Ingrid Calheiros Oliveira, no último dia 10 deste mês. Na ocasião, ela informou que a juíza Maria José Starling, o ex-advogado do goleiro, Robson Pinheiro, e um suposto policial identificado apenas com Leandro, estariam envolvidos em uma tentativa de extorsão.
Conforme a denúncia, a juíza Maria José Starling teria pedido R$ 1,5 milhão para tirar o ex-goleiro da cadeia. Ingrid prestou depoimento de cerca de três horas às comissões de Direitos Humanos e de Segurança Pública da Assembleia Legislativa. Ela também participou de oitivas na ouvidoria do Estado e na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Minas Gerais.
Bruno está preso na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Extorsão
A noiva do ex-goleiro contou que foi procurada pela juíza Maria José Starling que indicou o advogado Robson Pinheiro para ajudar na defesa de Bruno. No contato, conseguido com exclusividade pela Record, o advogado se compromete a liberar o ex-goleiro por meio de habeas corpus que seria impetrado nas três instâncias judiciais.
O valor de R$ 1,5 milhão deveria ser pago em dinheiro, de uma única vez, 48 horas depois da soltura de Bruno. Mas Ingrid contou que Pinheiro mudou de ideia e exigiu que o dinheiro fosse pago antecipadamente.
O desaparecimento de Eliza completou um ano no último dia 5. Em junho de 2010, ela teria sido convidada para negociar o reconhecimento da paternidade de seu filho com o ex-goleiro. Apesar de o corpo da modelo nunca ter sido encontrado, a investigação concluiu que Eliza teria sido espancada e asfixiada até a morte.
O ex-goleiro do Flamengo é apontado como o mandante do crime e vai responder por sequestro, cárcere privado, homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
Na época de uma das audiências, a juíza Maria José Starling opinou na imprensa sobre o caso dizendo que Bruno deveria estar solto porque os depoimentos da acusação eram contraditórios. Não é a primeira vez que a magistrada é alvo de denúncias. Só a Comissão de Direitos Humanos já mandou sete pedidos de providências contra ela à corregedoria do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.