segunda-feira, 25 de outubro de 2010

10 coisas que não devem ser compartilhadas em redes sociais

A menos que você esteja vivendo numa caverna em pleno ano 2009, você deve saber que sites de redes sociais são a melhor maneira de interagir com outros usuários da Internet. Trinta e cinco por cento dos adultos da Internet têm um perfil em ao menos um site de rede social, e 51% têm em mais de um. Três quartos dos usuários com idades entre 18 e 24 anos têm um perfil online [fonte: USA Today]. O Pew Research Center descobriu que 89% dessas pessoas usam esses sites para manter contato com seus amigos, 57% para fazer planos com amigos e 49% para fazer novos amigos.

Facebook, MySpace, LinkedIn, Friendster, Orkut, Sonico, Urban Chat e Black Planet são apenas alguns dos mais de cem web sites conectando ao redor do mundo amigos que estão ávidos por compartilhar seus pensamentos e sentimentos. Mas assim como na vida real, há algo de errado em compartilhar tanta informação. É fácil ser absorvido pelos aspectos sociais de sites como Facebook, mas o que você escolhe compartilhar está lá para todos verem se você não limitar quem pode ver sua informação.O mesmo estudo da Pew Research descobriu que 40% dos usuários dão acesso livre a seus perfis, permitindo que qualquer um veja suas informações. Os outros 60% restringem o acesso a amigos, familiares e colegas. Compartilhar informação pessoal com estranhos pode ser um negócio perigoso, e há algumas coisas que você deveria definitivamente colocar na sua lista "não compartilhe". Vamos listar 10 desses itens neste artigo.

10 - Conversas pessoais

No Facebook, usuários podem enviar mensagens pesoais ou postar notas no mural de outro usuário. O mural está lá para todos verem, enquanto as mensagens são entre o remetente e o destinatário, como em um e-mail. Assuntos pessoais e privados nunca devem ser compartilhados no mural. Você não vai sair por aí com um megafone anunciando uma questão privada para o mundo, e a mesma coisa acontece na Internet. Isso cai no mundo nebuloso da etiqueta das redes sociais. Não há um guia oficial para esse tipo de coisa, mas use o bom senso. Se não é algo que você se sinta confortável em compartilhar com família, conhecidos, colegas de trabalho ou estranhos, então você não deve compartilhar no seu mural do Facebook.

9 - Planos sociais

Compartilhar seus planos sociais para todos verem não é uma boa ideia. A menos que você esteja planejando uma grande festa e convidando todos os usuários com os quais está conectado, isso só fará com que seus amigos se sintam de fora. Há também algumas questões de segurança aqui. Imagine um cenário em que um ex-namorado ciumento saiba que você vai se encontrar com um novo pretendente no sábado à noite. O que impediria seu ex de aparecer no local de encontro e fazer uma cena ou mesmo ser violento? Nada, simplesmente. Se você estiver planejando uma festa ou uma saída com um grupo de amigos, apenas lembre-se de que qualquer um que tenha acesso ao seu perfil poderá ver seus planos.

8 - Linkando sites

Com 51% dos usuários de redes sociais tirando vantagem de mais de um site, há a possibilidade de haver links cruzados de um para outro, especialmente se você tem os sites indicados na sua página. Você pode postar alguma coisa que considere inocente no Facebook, mas aí isso está linkado ao seu perfil de trabalho do Linkedin e você colocou seu emprego em risco. Se você interlinkar seus vários perfis, saiba que o que você posta em um mundo fica disponível para os outros. Em 2009, o caso de um empregado pego mentindo no Facebook virou notícia. O empregado pediu o turno do final de semana de folga porque estava doente e então postou no seu perfil do Facebook fotos suas em uma festa no mesmo final de semana. A notícia chegou ao empregador facilmente e ele foi demitido. Por isso, se você optar por linkar seus perfis, não será mais um cenário "vida pessoal" e "vida profissional".

7 - Informação da empresa

Você pode estar morrendo d vontade de contar pra todo mundo sobre sua nova promoção no trabalho, mas se são notícias que poderiam ser vantajosas para um concorrente da sua empresa, então não é algo que você deva compartilhar. Notícias de uma expansão planejada ou de um grande projeto e qualquer coisa sobre seu local de trabalho deve ser mantida privada. A Sophos, uma empresa de software de segurança, descobriu que 63% das empresas estavam com medo de que seus empregados escolhessem compartilhar em sites de redes sociais [fonte: ReadWriteWeb]. Se você quer enviar uma mensagem sobre a empresa, seja seletivo e envie e-mails privados. Muitas companhias são tão sérias sobre não serem incluídas em redes sociais que elas proíbem seus empregados de usar sites como o Facebook no trabalho. Alguns departamentos de TI até filtram as URLs e bloqueiam o acesso a esses sites, de modo que os funcionários não fiquem tentados a se logar neles. Esse tipo de cuidado da empresa pode dificultar, mas não impede que os funcionários falem sobre ela nas redes sociais. Com os dispositivos de conexão móvel sem fio, com acesso à Internet em alta velocidade, nas mãos de todos, é possível postar notas via telefone celular, smartphone e outros dispositivos sem fio instantaneamente.

6 - Fotos de seus filhos

Os sites de redes sociais são um lugar comum para as pessoas compartilharesm fotos de suas famílias, mas se você está entre os 40% dos usuários que não restringem acesso ao seu perfil, então essas fotos estão lá para todo mundo ver. É um fato triste, mas há muitos predadores que usam a internet para caçar sua presa. Se você posta fotos de sua família e associa a elas informações como "meu marido está fora da cidade este final de semana"ou "o pequeno Pedro está grande o suficiente para ficar em casa sozinho", então a segurança de seus filhos pode estar em risco. Ninguém nunca pensa que vai acontecer com eles, até que aconteça, por isso, a segurança primeiro é um bom modo padrão quando usar um site de rede social. Assim como outros assuntos privados, envie fotos da família apenas a um grupo selecionados de amigos e colegas confiáveis que você sabe que não irão compartilhá-las.

5 - Telefone e endereço pessoais

Arquive-os sob segurança de risco. Se você compartilhar seu endereço e número de telefone em um site de rede social, você se abre para possíveis roubos de identidade e outros perigos pessoais como roubo. Se você postar que está saindo de férias e seu endereço também está postados, então qualquer um saberá que a casa está vazia. Ladrões de identidade podem fazer uma visita à sua caixa de correio e abrir um cartão de crédito em seu nome. Ladrões podem levar da sua casa qualquer coisa de valor. Até publicar o seu telefone dá às pessoas com interesses escusos fácil acesso ao seu endereço. Serviços de busca reversa podem fornecer a qualquer um seu endereço de casa se eles tiverem apenas seu número de telefone.

4- Informação financeira pessoal

Você deve pensar que ninguém compartilharia coisas como em que agência de banco você tem conta ou qual o seu portfólio de ações da Bolsa de Valores. Mas isso acontece. Especialmente com todas essas manchetes de bancos indo à falência e os preços de ações despencando durante a recessão de 2008/2009, é fácil um comentário inocente no Facebook revelar muito sobre suas finanças pessoais. Considere este cenário: Você está postando para uma longa corrente no mural de um amigo sobre a crise bancária. Você diz algo no seu comentário do tipo "Nós não precisamos nos preocupar porque usamos crédito da união para o professor", ou então "Colocamos todos nosso dinheiro em ações de primeira linha e planejamos manter assim". Novamente, se você está entre os 40% que permitem acesso livre a seu perfil, então ladrões de identidade sabem onde você tem conta e onde você coloca seus investimentos. É fácil esquecer que o que pode parecer um comentário inocente num mural do Facebook, poderia revelar-se um grande negócio sobre suas finanças pessoais. É melhor evitar esse tipo de conversa.

3 - Sua senha

Esta aqui realmente parece coisa de quem não tem cérebro, mas se não acontecesse, então o Facebook não sentiria a necessidade de listá-lo como item nº 1 de sua lista de coisas que não devem ser compartilhadas. Até mesmo compartilhar sua senha com um amigo para que ele possa logar-se e checar algo para você pode ser arriscado. Isso é especialmente verdade com casais que acreditam haver confiança suficiente entre eles para compartilhar essas coisas. Aqui está outro cenário: Você dá ao seu namorado a senha do seu Facebook porque ele quer ajudá-la a publicar algumas fotos das férias. Alguns meses depois, a relação azeda e ele se transforma num rapaz nada bonzinho, e aí você tem uma pessoa que não gosta de você e tem suas informações de login. Hora de cancelar sua conta e abrir uma nova. Se você tivesse mantido aquela informação privada, você poderia simplesmente seguir em frente com sua vida. Agora você tem um perfil comprometido, e se tiver links para seus outros perfis de redes sociais, toda aquela informação estará sob risco também. Mantenha sua senha para você e nunca terá de se preocupar com isso.

2 - Dicas de senha

A maioria dos web sites que contêm informação pessoal segura que exige uma senha também têm ao menos uma dica de senha para o caso de você esquecê-la. Geralmente acontece assim: você se inscreve no serviço online de banco e tem uma senha e um nome de usuári, e escolhe uma pergunta de segurança para quando você esquecer sua senha e tentar resgatá-la. Qual era o nome do seu primeiro bicho de estimação? Qual o número do seu primeiro telefone? O nome da rua em que você morou primeiro? Incluir qualquer um desses detalhes no mural do Facebook pode não parecer grande coisa, mas pode fornecer a um ladrão de identidade peças de um quebra-cabeças necessárias para invadir sua conta bancária via Internet. Por isso, pense antes de postar qualquer coisa que puder comprometer essa informação.

1 - Qualquer coisa que você não queira compartilhar

Você pode selecionar todas as configurações de privacidade que quiser em sites de rede social, mas o fato é que, se você postar alguma coisa, ela tem o potencial de ser vista por alguém que você não queira que veja. Sabe todas aquelas aplicações engraçadas do Facebook, quizzes e enquetes que você preenche? Um estudo realizado pela Universidade de Virgínia descobriu que das 150 aplicações mais usadas do Facebook, 90% davam acesso a informações desnecessárias ao funcionamento da aplicação. Por isso, quando você se inscrever para descobrir com qual celebridade do seriado de TV você mais se identifica, dará aos criadores da enquete acesso a informações pessoais suas. Não é difícil adivinhar o que acontece a partir daí. Rede social é compartilhar, por isso, algo que você pensa estar seguro pode ser facilmente compartilhado de novo, e antes que você perceba, alguém que você nem conhece tem acesso a algo privado. "Na dúvida, não poste" é um bom mote a seguir. E sempre se lembre de que qualquer coisa que você compartilhar tem o potencial de vazar de alguma forma.

por Charles Bryant - traduzido por HowStuffWorks Brasil

Fontes:

O Natal já começou no comércio da cidade

A decoração natalina já enfeita as ruas de Natal. Várias lojas do comércio do Alecrim já aderiram ao clima do período. Algumas residências já ensaiam a montagem das árvores de natal. E o maior shopping da cidade inaugura às 17h de amanhã a decoração especial O Natal dos Ursos Polares, com a presença do Papai Noel e apresentação musical executada por uma mini-orquestra de cordas.

A árvore natalina do Midway e a vila encantada dos ursos polares já pode ser vista dos pisos superiores do shopping. No térreo, tapumes cercam a decoração a aguçam a curiosidade dos passantes. "Estou à espera da inauguração. Mas pelo que já vejo é parecida e tão bonita quanto a do ano passado, sendo que trocaram a predominância do vermelho pelo branco", disse o agente administrativo André Cristiano, 31.

Segundo a gerência de marketing do shopping, a decoração é de grande porte e conta com grandes bonecos animatrônicos em forma de ursos, com tocas em forma de geleiras, floresta de pinheiros comgalhos brancos iluminados e decorados, entre vários outros detalhes. O investimento foi maior do que em 2009 e conta com 5.436 bolas, 5.239 adornos, quase 124 mil lâmpadas, sete personagens animatrônicos em tamanho real e 35 pequenas árvores natalinas.

Ainda segundo o marketing do Midway, o shopping tem registrado ao longo dos últimos anos um crescimento em datas comemorativas acima da média nacional. E para o mês de dezembro, a expectativa de crescimento no fluxo de pessoas girado em torno de 20% acima do movimento registrado no ano anterior.

Sem a receptividade esperada no ano passado com a decoração natalina pensada pelo artista plástico responsável pela decoração de Gramado, Zeca Zenner, a prefeitura aposta neste ano na tradição das estrelas de natal, guirlandas, luzes e a figura do sempre adorado Papai Noel, e já orçou em R$ 3,25 milhões a decoração para este ano - a mesma média de recursos financeiros empregada nos últimos anos.

PSDB dispara 5 milhões de ligações de Aécio

Como última ofensiva para conquistar eleitores em Minas Gerais, uma gravação com a voz do senador eleito Aécio Neves (PSDB) pede, desde ontem, votos para o candidato tucano José Serra.

O objetivo da campanha é explorar o capital político do ex-governador no Estado e atingir 5 milhões de pessoas nos próximos dias.

O número é expressivo. Trata-se de um quinto do eleitorado local, que elegeu Aécio para uma vaga do Senado com 39,47% dos votos.

As telemensagens fazem parte de um derradeiro esforço da campanha nacional tucana para atrair votos no segundo maior colégio eleitoral do país.

FOCO MINEIRO

Por seu tamanho, o Estado de Minas Gerais é apontado como o fiel da balança das eleições. Tradicionalmente, quem vence lá acaba deixando as urnas eleito presidente da República.

Não por acaso, Serra e sua adversária do PT, Dilma Rousseff, transformaram o Estado em uma das trincheiras mais cobiçadas desta campanha.

Enquanto o primeiro conta com o apoio de Aécio-- escolhido senador após dois mandatos no Palácio da Liberdade--, a segunda exibe ao seu lado o presidente Lula, igualmente bem avaliado pela população mineira.

José Serra ainda não bateu o martelo, mas deve visitar Minas mais uma vez antes do segundo turno, no dia 31.

Dilma encerrará sua campanha em Belo Horizonte, no sábado, véspera da votação.

Apesar de ter nascido na capital, esse vínculo não lhe rendeu a vitória no primeiro turno. Foi Marina Silva, do PV, quem levou a maioria dos votos por lá. Serra acabou em terceiro lugar.

Hoje, as pesquisas internas do PSDB dão conta de que, em terras mineiras, o tucano está à frente por uma curta vantagem. As do PT, ao contrário, mostram liderança de sua candidata um pouco acima da margem de erro.

DIFERENÇA

Nas palavras de um tucano, Aécio pode fazer a diferença e definir o jogo mineiro. O ex-governador rodou o Brasil nos últimos dias em favor do aliado, mas integrantes da campanha pedem que, a partir de agora, ele não tire os pés do Estado.

Segundo a Folha apurou, o comando da campanha oposicionista está contente com o desempenho do aliado neste segundo turno, ao contrário das críticas do primeiro de que não se engajava.

Além das telemensagens com sua assinatura de voz --estratégia já empreendida no Paraná por Beto Richa, eleito governador do Estado, por exemplo-- Aécio apareceu em diversos programas de TV. Há quem defenda que ele substitua Serra nas inserções do horário eleitoral gratuito.

Nas contas do tucanato, só Minas pode neutralizar os votos do Nordeste, região que deu à Dilma no último Datafolha uma liderança com 65% dos votos, contra 28% dados a José Serra.

Erenice responde a mais de cem perguntas em quatro horas de depoimento à PF

Durou quatro horas o depoimento da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra no inquérito da Polícia Federal que investiga o tráfico de influência na Casa Civil.

Erenice deixou a superintendência da PF em Brasília acompanhada do advogado sem falar com a imprensa.

A ex-ministra respondeu cem perguntas e colocou à disposição da polícia os sigilos bancários, telefônico e fiscal.

Ela foi intimada pela polícia para explicar a atuação do filho Israel como lobista dentro do governo e a suspeita de tráfico de influência.

A seis dias da eleição, Erenice tentou duas vezes adiar o depoimento.

Erenice foi braço direito de Dilma Rousseff. Ela era secretária-executiva da candidata quando recebeu no Planalto empresários que negociavam contrato com a empresa de lobby dos filhos dela e de assessores da Casa Civil. Após a Folha publicar a informação, Erenice pediu demissão.

O caso Erenice foi um dos motivos que levou a eleição para o segundo turno, segundo pesquisa Datafolha.

O jornalista Amaury Ribeiro Jr, que encomendou informações fiscais sobre familiares e pessoas ligadas ao presidenciável José Serra (PSDB), presta depoimento no mesmo local. Amaury continua no prédio.

Raimundo Fernandes sai da disputa e pode apoiar Ricardo Motta

O deputado Raimundo Fernandes [PMN] que antes dos resultados das urnas era tido como opção “number one”, do deputado Robinson Faria para sucedê-lo ao cargo de Presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, joga a toalha.

O deputado “Bigodudo” não é mais candidato à presidência da AL/RN. Raimundo saiu das urnas enfraquecido se elegendo pela média, além de ter saído com a relação arranhada com o presidente de seu partido e da AL, Robinson Faria, eleito vice-governador.

Com a desistência de Raimundo Fernandes, o caminho fica livre para outros dois membros do PMN.

São eles: o deputado Ricardo Motta, 1° secretário da Assembleia Legislativa por oito anos consecutivos. Bem articulado Motta tem bom relacionamento com os pares e goza da confiança do vice-governador eleito Robinson Faria, além de contar com o apoio declarado do senador de 1 milhão de votos, Garibaldi Filho e da simpatia do casal Rosado. Outro postulante é o deputado Antonio Jácome, campeão de votos na eleição de 3 de outubro.

Os desafios da indústria eólica

A imagem de “cataventos” gigantes no horizonte enche os olhos de quem pega a estrada em direção a Rio do Fogo, município potiguar a 81Km da capital. São geradores de energia, movidos pelo vento, que também fazem girar as esperanças em torno de uma nova indústria, de pelo menos 30 mil novos empregos e de R$ 9 bilhões em investimentos para o estado, até 2013. Há lições de casa a fazer, no entanto, para viabilizar os projetos desenhados para alavancar esses números e o Rio Grande do Norte está atrasado em relação a algumas delas. Engenheiros, investidores e gestores privados enumeram que desafios são esses, dão dicas de como vencê-los e alertam que em parte deles os vizinhos cearenses, que, junto com o RN, deverão morder a maior fatia do bolo de investimentos prometido com as eólicas no país, já estão na frente.

O Rio Grande do Norte e o Ceará oferecem ventos com velocidade e constância e deverão se beneficiar como nenhum outro estado com a expansão do setor que usa essa “matéria-prima” para gerar energia. Os projetos de geração vêm ganhando corpo principalmente a partir dos leilões federais realizados em 2009 e neste ano. Os leilões asseguraram a celebração de contratos de fornecimento de longo prazo, uma garantia que deverá ajudar a tirar do papel centenas de projetos.

Só no RN, cerca de 70 novos parques serão implantados, com potência instalada somada de 1.721,6 Megawatts (MW), o que significa 25 vezes mais o que há atualmente em operação. De lanterninha, no ranking dos quatro principais produtores do país, o estado deverá assumir a primeira posição. Para aproveitar os ventos favoráveis, terá, no entanto, que agir. A seguir, as propostas.

1 - Desatar um nó chamado infraestrutura A possibilidade de atração de fábricas para dar vazão ao crescimento do setor de energia eólica no país é enorme, diz o ex-secretário de Energia do Rio Grande do Norte e diretor do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne), Jean-Paul Prates. “O momento é favorável à disputa por esses investimentos, agora, a probabilidade de o RN disputar em igualdade de condições com outros estados, por enquanto, é remota”. O principal nó que o estado tem que desatar é o da infraestrutura. Há problemas de logística, ou seja, para receber, transportar e entregar os produtos que serão usados para montar os parques. “O porto (de Natal) não atende à necessidade de manobra de peças maiores”, observa o diretor executivo da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Pedro Perrelli. O próximo governo tem como desafio nesse ponto encontrar uma solução portuária, que poderia ser a construção de um terminal oceânico com capacidade para escoar produtos como minérios e também para receber componentes de grande porte. Adaptar o transporte terrestre também será importante nesse processo. “As estradas não têm acostamentos, não têm curvas para um caminhão de 60 metros e ter coisas desse tipo ajuda a atrair a indústria porque ela vê que a infraestrutura básica já existe”, diz Perrelli. Estimativas do Cerne apontam que pelo menos 16 mil carretas circularão no estado, entre 2011 e 2013, transportando equipamentos como torres, pás e turbinas, equipamentos básicos para a implantação dos parques. Os riscos de congestionamentos não são remotos. “É preciso fazer um corredor logístico. É preciso melhorar o acesso aos projetos”, diz o presidente do Comitê Temático de Energias Renováveis e Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), Sérgio Azevedo. A necessidade de criação desse corredor, com infraestrutura que permita que os equipamentos cheguem sem barreiras aos locais de destino é urgente, acrescenta Prates. “O Cerne está tomando a iniciativa de chamar transportadoras e empresas empreendedoras para mapear o corredor de passagem para essas máquinas, porque se não cada um cria sua solução e isso inviabiliza o processo”. Governo, prefeituraa e companhias como a Cosern (distribuidora de energia) e a Codern (administradora do porto de Natal) terão de montar uma força tarefa para implementar o projeto.

2 - Assegurar mercado e as regras do jogo Para que investimentos na área de energia eólica sejam viabilizados não só no Rio Grande do Norte, mas no Brasil, é consenso entre os especialistas e players do setor que é preciso ter um calendário definido de leilões para assegurar aos investidores que haverá demanda. Alguns fatores acabam sendo empecilhos nesse sentido. O projeto de lei 630, que tramita no Congresso Nacional é um deles. Pelo projeto, o governo federal estaria obrigado a comprar 400 MW de energia eólica por ano, mas o número está defasado, de acordo com Sérgio Azevedo, da Fiern. “Isso desestimula o investidor. Ele fica inseguro sobre as regras do jogo Não existe, hoje, uma política definida de aquisição de energia. Não se pode fazer leilões esporádicos. É preciso ter um calendário e dizer quantos megas de eólica vai se comprar”, diz ele. De acordo com Azevedo, a lei foi criada para incentivar o setor, mas é genérica, não é específica para eólica. “A bancada do estado e o governo podem ajudar se mobilizando para que não seja aprovada e para apresentar um projeto de lei que atenda aos anseios da cadeia produtiva”, sugere. Ele também diz que é preciso recriar a Secretaria Estadual de Energia, que foi extinta este ano, se mobilizar para que sejam implantadas linhas de transmissão para que a energia chegue ao consumidor. A malha de distribuição existente é considerada deficitária. A consequência disso é que os investidores pagam mais caro para “transportar” a energia que produzem. Com melhorias nesse sentido, os custos de transmissão seriam menores e os projetos do estado ficariam mais competitivos. Pedro Perrelli ressalta que o estado também precisa mapear o potencial eólico e acelerar o zoneamento que vai indicar aos investidores quais são as áreas passíveis de receber projetos e onde se encontram as maiores oportunidades para gerar energia a partir do vento. (leia mais abaixo no fim da matéria)

3 - Desenvolver a cadeia produtiva do setor A Fiern tem sido sistematicamente procurada por investidores interessados no potencial eólico do estado. Nomes como GE, Vestas e Sawe têm sondado o mercado, interessadas em implantar fábricas para abastecer os parques. A Wobben já projeta para o primeiro trimestre de 2011 a operação da primeira unidade em território potiguar. Mas, para atrair de forma concreta outros empreendedores, o governo terá de se mexer para montar toda uma cadeia produtiva. “É preciso trazer junto com as indústrias seus fornecedores”, ressalta, Sérgio Azevedo. “O interesse pelo estado existe, mas é preciso dar condição para que os negócios sejam viáveis”, acrescenta ainda. “Não adianta trazer uma fábrica se o transformador que ela usa vem do Rio Grande do Sul, se ela vai ficar importando produtos de caminhão, pagando frete. É preciso formar pólos industriais no Rio Grande do Norte para atrair fabricantes, mas também os fornecedores dos componentes para turbinas, aerogeradores...”, complementa o diretor geral do Cerne, Jean-Paul Prates. Essa e outras necessidades deverão ser levantadas em um relatório que o Centro pretende entregar, até o próximo mês, a governadora eleita no estado, Rosalba Ciarlini. O documento sugere a criação de dois ou três pólos industriais. No Ceará, os esforços para desenvolver as empresas da cadeia produtiva já começaram. No momento em que a indústria define os subprodutos que vai precisar, o Estado entra em ação, diz Fernando Pessoa, da Adece. A ideia é adequar as empresas de forma que tenham acesso direto às indústrias.

4 - Criar incentivos para atrair indústrias O Ceará, atualmente maior produtor nacional de energia eólica, tem colocado em prática uma série de incentivos e atraído indústrias do segmento. O estado já tem em operação a Wobben, primeira fabricante brasileira de aerogeradores de grande porte, e a Tecnomaq, fabricante cearense de torres metálicas. Com protocolos de intenção assinados estão a Vestas, que pretende implantar uma ilha de montagem de aerogeradores, a Fuhrländer, que quer montar uma fábrica de turbinas, e a Suzlon, que dará início a um complexo com a fabricação de pás. Juntas, as empresas deverão desembolsar algo em torno de R$ 50 milhões e gerar 600 empregos diretos, diz o diretor da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), Fernando Pessoa. Outras negociações com investidores estão em curso. “Entramos em campo com o Proeólica (incentivo que concede isenção de 75% de ICMS para as indústrias do setor, sem que seja necessário para elas atingir pontuações para receber o incentivo, ao contrário do que ocorre em outras áreas), levamos água e energia até a porta da indústria e, analisando caso a caso, podemos entrar com a parte de terraplanagem dos terrenos”, enumera. “Além disso, nos preocupamos com a logística das empresas, trabalhando a parte de acessos rodoviários e do porto”. O RN também tem incentivos, mas precisa ser mais agressivo, diz Sérgio Azevedo, da Fiern. De acordo com o coordenador de Tributação, da Secretaria de Tributação do RN, Américo Nobre de Mariz Maia, o estado concede isenção de ICMS para aquisição de equipamentos necessários à implantação dos parques e indústrias do setor podem ser enquadradas no Proadi, o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Industrial do estado, que concede incentivos econômicos equivalentes a até 75% do valor do ICMS mensal para as empresas instaladas em Distritos Industriais ou no interior do estado e, que para as que estão instaladas em Natal ou na Grande Natal, limita o incentivo em até 60%, exceto para investimentos superiores a R$ 20 milhões. Só que, nesse caso, as empresas são pontuadas para receber o benefício. Para conseguir os 75% de desconto a empresa tem que estar instalada no interior ou nas áreas industriais.

5 - Formar mão-de-obra para obras e pós obras A energia eólica ajuda a poupar o meio ambiente de gases poluentes. É uma energia considerada limpa. E, na medida em que ganha espaço, ajuda também a mover a economia. Só na União Europeia, que concentra alguns dos principais produtores desse tipo de energia, o número de empregos diretos na área mais que dobrou entre 2002 e 2007, passando de 48.463 para 108.600, de acordo com o estudo Wind at Work: Wind energy and job creation in the EU, publicado pela Associação Européia de Energia Eólica em 2009. O mesmo estudo mostra que o setor está enfrentando uma séria escassez de candidatos a preencher as vagas existentes e as que irão surgir nos próximos anos. “Isso é verdade particularmente para as posições que exigem mais anos de estudo e experiência, como são os casos de engenheiros e técnicos em operação e manutenção”, aponta. A formação de mão de obra para atender a indústria deve ser uma preocupação também no Rio Grande do Norte. Estimativas do Cerne apontam que as obras de construção de parques que se desenvolverão no estado poderão gerar até 30 mil empregos diretos e indiretos. De olho na demanda, o Centro de Educação e Tecnologias do Gás & Energias Renováveis (CTGÁS-ER) procurou os investidores para saber que perfis de profissionais estão procurando. Com base no que ouviu, o Centro abriu, em parceria com o Senai e a UFRN, o curso de Especialização em Energia Eólica Lato Sensu, tendo como público-alvo profissionais da área de engenharia. “Outros cursos deverão ser criados para atender a demanda dos empresários, mas a formação de mão de obra ainda é um desafio. A quantidade que está sendo formada é muito inferior ao que será demandado nos próximos dois, três anos”, diz Sérgio Azevedo, da Fiern. No Ceará, o governo do estado entrou em campo para acelerar a capacitação. De acordo com o diretor da Adece, a indústria leva a demanda ao governo e os cursos tecnológicos do estado são adaptados para fazer o treinamento. “O estado custeia a capacitação de mão de obra por seis meses”, diz ele.

Mercado, incentivos e infraestrutura A Wobben possui uma unidade fabril em Sorocaba (SP) desde 1995, inaugurou em 2002 outra unidade no Complexo Portuário e Industrial do Pecém (CE) e planeja sua primeira incursão no Rio Grande do Norte: a instalação de uma fábrica de torres de concreto para atender a demanda de cerca de 300 MW já contratados para usinas eólicas que serão erguidas no estado. A capacidade da fábrica será para atender com as torres os primeiros 292 MW contratados. A unidade deverá entrar em operação no primeiro trimestre de 2011 e contratar cerca de 150 trabalhadores, de acordo com estimativas da empresa. “Ao definir uma instalação, a companhia analisa principalmente o mercado atual e o potencial daquela região”, diz o gerente geral da Wobben Enercon Brasil, Fernando Scapol. E o Rio Grande do Norte, diz ele, tem um dos maiores potenciais eólicos do Brasil. Mas só isso não é suficiente. De acordo com o executivo, a necessidade de um programa do governo (federal) que contemple a instalação de 2000 MW/ano no país pelos próximos 10 anos é o maior desafio para o desenvolvimento da indústria eólica nacionalmente. Isso, porque dá às indústrias perspectivas de mercado para atender. “Além disso, é fundamental a desoneração de impostos de toda a cadeia produtiva da energia eólica e investimentos dos governos federal e estaduais em rodovias, portos e linhas de transmissão”, completa. Em todos esses desafios, seja com investimentos diretos ou com mobilização política, a participação do estado será fundamental.