quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Justiça reconhece apelação do MP e determina bloqueio de verbas para Educação

O juiz convocado Nilson Cavalcanti, do Tribunal de Justiça, deferiu requerimento de liminar em agravo de instrumento interposto pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte para o bloqueio de R$ 6,8 milhões do município de Natal e sua transferência para a rede municipal de educação.O magistrado reconheceu os argumentos da 61ª Promotoria de Justiça de Educação da Comarca de Natal contra decisão de Juiz de primeiro grau da 2ª Vara da Fazenda Pública que indeferiu o bloqueio de verbas em Ação de Execução de Termo de Ajustamento de Conduta promovido pelo MP contra o município de Natal.Em 25 de julho do ano passado, referida Promotoria de Justiça firmou Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta com o Município de Natal, representado pela Prefeita Municipal, Micarla Araújo de Sousa Weber e pelo Secretário Municipal de Planejamento, Fazenda e Tecnologia da Informação, Antônio Carlos Soares Luna, objetivando os repasses constitucionais das verbas devidas à manutenção e desenvolvimento do ensino da Rede Municipal de Educação.Diante do descumprimento parcial do Termo de Ajuste, o Ministério Público ingressou com ação de execução em no final do ano passado requerendo medidas para assegurar o cumprimento do TAC, em especial o bloqueio de R$ 6.806.687,24. O que foi indeferido pelo juiz de primeira instância."Na apelação do MP, o juiz Nilson Cavalcanti reconhece que o bloqueio objetiva impedir a burla no repasse de verba previamente definida pela Constituição Federal, que, ao que parece, vem sendo desrespeitada pelo Município de Natal em relação à educação, seja pela impontualidade, reiterada pelo descumprimento do Temo de Ajustamento de Conduta executado, seja pela realização de tais repasses apenas em parte".O juiz registrou também em sua decisão que o bloqueio já vem sendo admitido pelo Superior Tribunal de Justiça em casos análogos.No recurso, a promotora de Justiça Zenilde Alves Ferreira Farias destaca a tentativa de se assegurar a continuidade dos serviços prestados pela Secretaria Municipal de Educação, em especial quanto ao início, e continuidade, do ano letivo de 2012.


* Fonte: MPRN.

Aprovado aos 60 anos, aposentado vira estrela no trote da ECA-USP



O engenheiro civil aposentado Antonio Wagner Coraça virou uma pequena sensação entre os veteranos da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). A pintura do trote, no caso de "Seu Wagner", aprovado em artes visuais na Fuvest aos 60 anos, começou de forma mais cerimoniosa do que com os calouros recém-formados no ensino médio. Ao sair da matrícula, no prédio em que terá aulas, ele recebeu pinturas no rosto de veteranos do seu curso. Mas, quando chegou ao centro da festa, onde a comissão de recepção de calouros dava as boas vindas aos ingressantes, ele foi reconhecido pelos estudantes que haviam lido sua história. Depois de exercer a engenharia civil por 40 anos, Coraça decidiu estudar artes. Ao se aposentar, ele fez um ano de cursinho e conseguiu a aprovação na ECA.
"A gente estava esperando o senhor, é um prazer enorme te receber", afirmou a primeira veterana a abordar o novo calouro. Ela apenas se atreveu a jogar confetes nos - até então - cabelos limpos.
Coraça contou à jovem estudante de jornalismo o que o motivou a mudar de profissão após a aposentadoria. "Um dia você vai perceber isso. Espero que não aconteça com você como aconteceu comigo. Quanto mais você ascende profissionalmente, menos você exerce a sua real profissão. Chegou um determinado momento em que engenharia era o que eu menos fazia", explicou.
Ele disse que não renegou sua carreira e que até hoje atua como consultor, mas afirmou que decidiu aproveitar o fim de seu ciclo para se aventurar em um mundo não tão novo - segundo Coraça, suas filhas e outras parentes trabalham com design, artes e música.
O novo calouro admitiu que a nova carreira não será abordada com o mesmo impulso de jovens tentando se estabalecer no mercado de trabalho, mas discordou de quem acha que ele vai levar o curso de artes visuais como uma atividade qualquer. "Não é um hobby."
Enquanto contava sua história à nova colega ecana, o senhor com um discreto "ECA" escrito na bochecha começou a ser cercado por veteranos com os dedos cheios de tinta e a idade deixou espaço para a tradição. Em poucos minutos, a camiseta preta levava a palavra "bixo", o rosto ganhou barba e bigode, e os cabelos escuros escaparam à tesoura, mas foram cobertos por tinta branca. "Agora sim, 'Seu Wagner'!", comemoraram os anfitriões da festa, que depois posaram para fotos com o experiente calouro.




Fonte: G1

Servidores e comunidade procuram inscrições para os cursos do ILP



O Instituto do Legislativo Potiguar (ILP) tem recebido, desde segunda-feira, servidores da Assembleia e seus dependentes, bem como pessoas da comunidade em busca de inscrições para os cursos em oferta neste primeiro semestre letivo de 2012.
As vagas estão abertas também para servidores encaminhados pelas escolas legislativas da Câmara Municipal de Natal, do Tribunal de Contas do Estado e da Câmara Municipal de Parnamirim, com as quais o ILP mantém parceira de cooperação técnica e educacional.
A Central de Atendimento está em funcionamento das 8 às 14 horas, e os interessados devem comparecer munidos de documentos de identificação, para inscreverem-se nos seguintes cursos, cujas vagas serão preenchidas a partir de critérios de seleção:

. Preparatório para Vestibular (vespertino)
· Informática I (matutino e noturno)
· Informática II (matutino e vespertino)
· Excel Avançado (vespertino e noturno)
· Inglês I (vespertino)
· Inglês III (matutino)
· Inglês Instrumental (vespertino)
· Espanhol I (matutino)
· Espanhol III (vespertino)
· Português Instrumental/Escrita Legislativa (matutino).

Morre o cantor Wando

O cantor Wando morreu aos 66 anos na manhã desta quarta-feira (8) no Biocor Instituto, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde estava internado desde o dia 27 de janeiro. Segundo o cardiologista particular, João Carlos de Souza Dionísio, ele teve uma parada cardiorrespiratória às 8h.
Em nota, médicos e familiares informaram que, a partir das 5h40, houve um súbito agravamento do quadro de saúde. O óbito aconteceu na presença da mulher de Wando, Renata Costa Lana e Souza. O cardiologista particular do cantor disse que foram feitas manobras de ressuscitação, mas o paciente não resistiu. Segundo boletim médico divulgado na terça-feira (7), ele apresentava quadro estável e melhora progressiva, mas a recuperação ainda era considerada de alto risco.
No domingo (5), o cantor enviou um bilhete para os fãs. "Eu estou na oficina de Deus arrumando a turbina. Me aguardem!”. Ele lutava contra o entupimento das três artérias coronárias. O cantor chegou a ser submetido a duas cirurgias e havia tido um infarto agudo dentro do hospital.
Wando foi hospitalizado com quadro de angina de peito, e exames apontaram que as artérias do coração estavam entupidas por placas de gordura. Ele estava com 110 quilos no momento da internação, 30 a mais do que o recomendado, segundo o cardiologista particular.
Cantor romântico
Como letrista, Wando ficou célebre por composições de teor romântico e erótico. Sua marca registrada era a calcinha. Em depoimento disponível em seu site oficial, o próprio cantor conta como tudo teria começado, explicando que a peça foi uma espécie de fonte de inspiração para seu álbum “Tenda dos prazeres” (1990). “Uma calcinha de cabeça pra baixo, ela vira uma tenda, não é? Aí, coloquei uma calcinha na capa do disco, e essa coisa fez tanto sucesso, que até hoje eu não consigo tirar do show. Eu distribuo calcinhas e recebo, tenho uma coleção muito grande, de todas as formas, jeito, cores e tamanhos.”
No mesmo depoimento, Wando aborda outras estratégias que adotou ao longo da carreira: “Teve uma época [em] que eu mordia a maçã no palco, e continuo mordendo ainda, porque conta a história de como é que começou o pecado, não é?”. As alusões ao sexo prosseguiram, com distribuição de convites de motel – sempre durante apresentações ao vivo. “Teve uma época no Canecão [casa de shows do Rio de Janeiro, atualmente inativa] que a gente botou uma banheira no palco, eu botava uma mulher nua no palco. Eu sempre gostei desses negócios.”
Vanderley Alves dos Reis nasceu em 2 de outubro de 1945 – “num arraial chamado Bom Jardim [em
Minas Gerais]”. Lá, ficava a fazenda que teria pertencido aos seus avós. Seu registro, no entanto, foi feito na cidade de Cajuri, no mesmo estado. Ele conta que, ainda criança, mudou-se para Juiz de Fora (MG), onde concluiu o antigo primário. Mais tarde, ele foi para Volta Redonda (RJ), “onde eu entreguei leite nas casas, vendi jornal, virei feirante, dirigi caminhão na estrada”. Na mesma época, passou a se interessar por música, tendo inicialmente se dedicado ao estudo do “violão clássico”.
“E aí eu descobri que não era legal o violão clássico para o que eu queria: eu queria tocar pras moças, né?”, afirma. “O violão clássico é bacana, mas elas [as mulheres], acho que ficavam um pouquinho entediadas. Descobri que eu tinha que fazer umas canções de amor. Comecei a sentir que era legal, que a música socialmente com a parte feminina dava muito certo, me apaixonei por aquele negócio.”
Após deixar a profissão de feirante, Wando mudou-se para Congonhas (MG). Lá, começou a “viver de música”, como integrante de um conjunto chamado “Escaravelhos” – “escaravelho pra quem não sabe, é um besouro, a mesma coisa que Beatles”. Cinco anos mais tarde, decidiu tentar a sorte no “eixo Rio de Janeiro – São Paulo”. Frustrada a passagem pelo Rio, chegou a São Paulo, onde teve gravado seu primeiro sucesso, na voz de Jair Rodrigues. A composição, “O importante é ser fevereiro”, teria sido “uma música muito tocada no carnaval de 1974”, lembrou-se Wando.
A canção integra o disco de estreia de Wando, “Gloria a Deus e samba na Terra” (1973). De acordo com ele, aquele trabalho seguia a linha “do formato do Caetano Veloso, do Chico Buarque de Holanda, Gilberto Gil”. A guinada em direção ao repertório romântico foi simbolizada pela música “Moça”, do disco seguinte, “Wando” (1975). A justificativa: “Cantando na noite em São Paulo, eu descobri que a parte feminina adorava quando eu tocava música romântica.”
Ao longo da década seguinte, Wando consolidaria a reputação, como ele mesmo lista, de “obsceno, o cara da maçã, o cara da calcinha”. É desse período, quando o cantor já vivia no Rio de Janeiro, sua música mais conhecida, “Fogo e paixão”, do disco “O mundo romântico de Wando” (1988), o 14º da carreira, segundo a contagem do site oficial. Ele foi precedido por trabalhos como “Gosto de maçã” (1978), “Gazela” (1979), “Fantasia noturna” (1982), “Vulgar e comum é não morrer de amor” (1985) e “Ui – Wando paixão” (1986). Na sequência, viriam, dentre outros, “Obsceno” (1988), “Depois da cama” (1992) e “O ponto G da história” (1996).
Entre álbuns de estúdio e registros ao vivo, o site de Wando contabiliza 28 trabalhos, ao todo. O cantor acreditava ter vendido dez milhões de discos – “até na época que a gente contava”. “Depois [houve] a história da pirataria, que acabou me fazendo muito mais popular. Eu acho que a pirataria é ruim para um lado, para o lado compositor, mas para o lado intérprete, o cara que faz show, eu acho que ela favoreceu muito.”
Em entrevista à Agência Estado, em 2007, Wando comentou sua imagem de “sedutor”: “Na verdade, eu sou como um ator. Até porque eu estaria morto hoje se fosse mesmo assim. Isso é um personagem, naturalmente. É normal que as pessoas pensem que eu sou desse jeito, mas não deixo que as pessoas alimentem muito essa imagem”. Sobre a fama de brega, ele respondeu que incomodou e seguia incomodando.
“Quando as pessoas falam de brega, sempre se referem a uma coisa ruim. Então eu brigo por isso. Agora, eles até quiseram colocar o brega como uma coisa bacana, mas eu acho que é uma forma de pedir desculpa, e isso é mau. Se for ver, você tem que chamar o Chico Buarque de brega, a Maria Bethânia, o Caetano Veloso, o Gilberto Gil. Eles gravaram as músicas que a gente grava. Eles gravam melhor? Não. Isso foi uma coisa cruel que eles fizeram.”
Na entrevista, Wando também comentava a música “Emoções”, gravada em 1978, que ele dizia versar sobre a relação entre dois homens: “Fiz isso porque acho que o relacionamento masculino é uma coisa válida. Não por ter aderido, mas porque eu tenho amigos que vivem esse tipo de coisa”.
Recentemente, o nome de Wando vinha sendo lembrado graças ao documentário “Vou rifar meu coração”, de Ana Rieper, que vem frequentando o circuito dos principais festivais de cinema do país desde alguns meses atrás. Há pouco tempo, teve boa recepção na Mostra de Cinema de Tiradentes, encerrada no último dia 28. O filme trata justamente da música tida como “brega” e traz depoimentos de cantores como Amado Batista, Nelson Ned, Agnaldo Timóteo, Peninha, além de Wando e de ouvintes que contam suas histórias com obras do “gênero”.


Fonte:
G1