segunda-feira, 28 de março de 2011

Audiência Pública debate déficit de leitos de UTI

A Assembleia Legislativa realizou na manhã desta segunda-feira, 28, a audiência pública que debateu os problemas da falta de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) na rede estadual de saúde. A proposição do deputado Getúlio Rêgo (DEM) reuniu diretores dos principais hospitais públicos do Rio Grande do Norte e representantes da Secretaria Estadual de Saúde, e Ministério Público Federal e Estadual e contou com a presença do senador Paulo Davim (PV/RN). “A falta de UTIs é um dos problemas mais graves da nossa saúde. E há uma necessidade de um debate técnico sobre esta oferta. A Assembleia não pode se furtar de um diagnóstico público dessa questão”, afirmou Getúlio Rêgo.

O secretário estadual de Saúde, Domício Arruda, relatou a dificuldade de se contratar profissionais como médicos intensivistas, enfermeiros e técnicos de enfermagem habilitados para trabalhar em UTIs, o que segundo ele dificulta a abertura de novas vagas. “Todos os intensivistas do último concurso público já foram chamados. Temos leitos fechados no Walfredo Gurgel por falta de profissionais. E mesmo na rede privada não encontramos espaço para contratar [novos leitos]”, defendeu o secretário. Segundo Domício Arruda 34 leitos de UTI (sendo 24 adultas e 10 neo-natal) estão prontas para funcionar. Hoje dados da secretaria apontam que existe uma fila de espera na UTI de 22 pacientes, sendo 20 adultos e duas crianças. Hoje a demanda é de 655 leitos, temos 442 leitos de UTI, ou seja, o déficit de leitos chegaria a 223.

Segundo o diretor do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), Ricardo Lagreca, também tem que ser observada a falta normatização para que os médicos só indiquem a UTI em casos realmente necessários. “A sociedade ainda não entendeu a terminalidade. Temos que solicitar UTI para quem tem precisa de UTI”, afirmou Ricardo Lagreca. O assunto também foi defendido pelo secretário Domício Arruda.

Na questão da UTI neo-natal, o diretor da Maternidade Januário Cicco, Kleber Morais, relatou a dificuldade de vagas para estes casos. “As vagas que temos, 13 leitos, estão sempre lotadas. Todos os dias vivemos com o coração apertado, torcendo para não perder uma criança por falta de assistência correta”, falou o diretor.

O Ministério Público Estadual, através da Promotora da Saúde Iara Pinheiro, pediu para que a gestão da saúde no Estado olhasse com mais carinho para a questão dos recursos humanos. “Hoje a Central do Cidadão é mantida com muitos servidores da secretaria de saúde, um absurdo. A Secretaria cede funcionários públicos em um número altíssimo”, denunciou a promotora.

O senador Paulo Davim (PV/RN) relatou que a dificuldade dos leitos de UTI acontece em todo o país. Ele defendeu a volta do curso de formação de médicos intensivistas, que não existe mais no Rio Grande do Norte. E revelou que sugeriu ao Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a criação da UTI tutelada. No interior do Estado existem espaços prontos mas que não podem receber pacientes de UTI por que não tem um responsável legal, esta medida aliviaria o problema até uma solução definitiva.

Parte de teto do Itep desaba e assusta populares

Parte do teto da coordenadoria de identificação do Instituto Técnico Cientifico de Polícia (Itep), situado no bairro da Ribeira, desabou por volta das 9h desta segunda-feira (28), no momento em que pelo menos 80 pessoas estavam no local. De acordo com Núbia Costa, 53 anos, funcionária pública, que aguardava pelo atendimento, foram ouvidos estalos no teto. Cerca de cinco minutos a seguir, ocorreu o desabamento na parte de atendimento, onde não existiam pessoas no momento.

Segundo a funcionária pública, ainda que nenhuma vítima tenha sido registrada, os presentes ficaram apreensivos com a situação e temendo pelo pior. Uma estudante de 15 anos chegou a passar mal, mas foi socorrida por familiares e passa bem.

Após o desabamento, alguns arames foram vistos quebrados, o que indica o desgaste pelo tempo diante de sua estrutura antiga. Em seguida, os próprios funcionários do Itep evacuaram o local e finalizaram os atendimentos que estavam pendentes na área externa da coordenadoria.

A reportagem do Diário de Natal tentou entrar em contato com a coordenadoria e a sua direção, no entanto, não conseguiu o contato. Os funcionários não souberam informar quando os serviços serão normalizados

Reportagem do Fantástico mostra policial pedindo propina em Natal

Pelo terceira vez no ano, Natal e o Rio Grande do Norte voltam a aparecer de forma negativa no programa Fantástico, da rede Globo de Televisão. Depois da matéria sobre delegacias e outra sobre a exploração sexual, agora foi a vez de um ato de corrupção policial, durante a matéria sobre venda de drogas na beira das estradas federais do país.

O Fantástico percorreu 9,7 mil quilômetros, do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte, dentro de um caminhão. E flagrou imagens de prostituição, corrupção de policiais e tráfico de drogas. Em Natal, O carro em que viaja parte da equipe global foi parado num posto da Polícia Rodoviária Estadual, na via costeira. "O PM fala que seremos multados por causa dos vidros escuros. Sem saber que se trata de uma reportagem, o policial pede ao nosso motorista que o acompanhe", narra o repórter.

A partir daí, a equipe grava a conversa. Dentro da cabine, o policial, sem saber se tratar de uma reportagem, pergunta a equipe da TV de onde eles são. Depois, ele pede a propina. "Vou quebrar seu galho, você desenrola aí", indaga o PM. No fim, a equipe global paga R$ 15,00 e é liberada. O policial coloca o dinheiro no bolso.

O Fantástico encaminhou a denúncia às autoridades do Rio Grande do Norte. “Ele vai ter o direito da ampla defesa e do contraditório e no final, será dado o veredito pelo comando da corporação”, disse o comandante geral da PM no Rio Grande do Norte, o Coronel Francisco Araújo, ao programa.

Veja abaixo o diálogo gravado pela Globo

Policial: São de onde?
Repórter: De São Paulo. Eu sou turista.

Dentro do posto, ele pede propina.

Policial: Vou dar um jeito aqui para quebrar seu galho, entendeu?
Repórter: Tá bom.
Policial: Você desenrola ai?
Repórter: Quanto que é o café? R$ 15 tá bom?
Policial: Tá.

Da redação do DIARIODENATAL.COM.BR